quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Borboletas e Monstros Sagrados.

Monstro sagrado. Faz uns dois ou três dias que tomei conhecimento desse termo, e desde então ele vem habitando meus pensamentos e se repetindo constantemente nos momentos em que me distraio. Mas antes que se pense em alguma figura lendária ou assombração, gostaria de esclarecer a origem do termo.
 Segundo Jack Canfield, em seu livro Os Princípios do sucesso, os monstros sagrados são aquelas pessoas, cada vez mais raras, que por onde passam deixam uma trilha de admiração e inspiração, que carregam nos olhos uma ternura que muito combina com a serenidade de espírito e com a sabedoria das palavras, que costumam ser poucas, mas sempre profundas e úteis. Aquela pessoa que é difícil de, sequer imaginar, que possa ter difamado alguém ou que tenha algum julgamento pronto em um relance de olhos, como a maioria de nós costuma ter.
Monstros Sagrados são alivio pra alma e um sopro de ar puro nos dias, e nas vidas, das pessoas que cruzam seus caminhos. E ainda assim são só seres humanos, mas com personalidades que nos inspiram a ser melhores e nos fazem querer o titulo também. Certamente você já deve ter conhecido algum, se não pessoalmente, em livros ou ate mesmo na bíblia- lá têm vários.
Mas depois de alguns instantes ou dias de contemplação começam a surgir as auto-perguntas. O que eu preciso pra ser um deles? Será que falta muito pra eu inspirar os outros?
Deparamos-nos com um espelho qualquer e a verdade nos esbofeteia as faces. Sim, falta muito! Não contentes com o reflexo, olhamos nossos dias passados. Quantos erros, quantas magoas espalhadas, quanto egoísmo alimentado. Que ousadia pensarmos em ser um deles, quando sequer nos sentimos dignos de sua presença.
Mas é ai onde as semelhanças entre essas criaturas se fundem com as borboletas. Estas nascem de ovos abandonados, ninguém sequer os choca. Quando saem, por mais que se esforcem comendo tanto quanto podem, o máximo que alcançarão é tronar-se grandes lagartas feiosas e peludas, e quando não, venenosas. Como muitos de nós, que no máximo dos nossos esforços egoístas, só conseguimos nos tornar mais repulsivos e venenosos, ou tão abandonados de nós mesmo que não nos distinguimos das cascas das arvores.
Enquanto a lagarta continuar sobre as folhas tentando acumular tudo para si, nenhuma mudança pode acontecer. É necessário que ela pare o que esta fazendo, pendure-se de ponta cabeça, teça um casulo e ali aguarde ate estar madura. Algumas demoram mais, outras menos, mas todas precisam aquietar-se e amadurecer vendo o mundo ao contrario.
Pra alguém se tronar um Monstro Sagrado precisa seguir exatamente o mesmo processo. É necessário estar disposto a mudar as atitudes, aberto a um novo ponto de vista, mesmo que seja ele de inverso ao usual. Diga-se de passagem, o usual da nossa sociedade atual é totalmente incapaz de criar sequer meio monstro beato.
É necessário aquietar-se, tecer um casulo de conhecimentos profundos, de filosofias construtivas e positivas, de pensamentos realmente pensados questionados e averiguados, e não idéias prontas. E depois de algum tempo desenvolvendo-se e amadurecendo dentro desse casulo é que se estará maduro e pronto para alçar vôo, exibindo suas brilhantes cores a luz do sol de uma vida totalmente diferente.
Que falta nos faz mais borboletas brilhantes e mais Monstros Sagrados. Mais pessoas dispostas a agir em prol do que é de fato bom e satisfatório na vida, mais pessoas dispostas a aprender e a ensinar com o coração e a alma, dispostas a ajudar e fazer a diferença em dias onde a indiferença é moda e o desapego é charme.
E que lindo seria se essa metamorfose virasse epidemia, que a honestidade se alastrasse, e a vontade de ser melhor florescesse em todos os seres. Mas o lindo mesmo já existe. Linda  é a oportunidade de nós mesmos tornarmos a atitude e a decisão de sermos nós os próximos Monstros Sagrados, independente de acharmos que somos lagartas feiosas. Tudo depende da decisão, da atitude e, de quanto amor estamos dispostos a espalhar, pelo simples fato de Deus ter nos amado primeiro.


Pasini.

Nenhum comentário:

Postar um comentário