sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Coragem cor Pistache.


Que resistência é essa que temos com o desconhecido!? O desconhecido soa ao nosso subconsciente quase sempre como insegurança, uma ameaça a comodidade. Frente ao desconhecido uma sirene que grita ao nosso ouvido "pare".  Para a maioria da humanidade  os gritos do desconhecido são fator de desvio, de adiamento, de sobrevivência.
Mas é bem aí, diante da estridência do desconhecido que moram uma infinidade de possibilidades. E com certeza dentre elas existe algo que nos agradaria demais (ou não). O fato é que não há como saber, até experimentar.
         Fico  pensando em quantas coisas melhores que creme de avelã já não perdemos por um simples capricho da resistência ao desconhecido. Claro que existem coisas declaradamente ruins, que não precisam ser provadas para sabermos que não nos fazem bem, como veneno, drogas ou excesso de açúcar. Mas isso não inclui aquela sobremesa especial que sua tia fez que nem parece comestível. Experimente! Além de agradar sua tia- vó- irmã, ainda pode se surpreender muito.
       Talvez aquele esporte que pareça absurdo seja o seu preferido.  Talvez você realmente goste de pistache, mesmo sem saber explicar o que é exatamente.  Eu, por exemplo, descobri que pistache não é meu sabor preferido de sorvete, mas jamais saberia sem provar, e descobri para minha enorme surpresa que gosto muito de livros motivacionais – vulgo auto-ajuda- os quais resisti muito até abrir e ler o primeiro.
        Talvez a sua fruta preferida ainda esteja esperando você criar coragem de experimentá-la, e exista mesmo uma leguminosa que seja muitíssimo agradável ao paladar. Talvez o restante da America Latina possa lhe surpreender demais se ousar passar a fronteira, e a experiencia de morar em outra cidade possa lhe abrir os olhos a  uma nova perspectiva.
Talvez exista um universo imenso de pequenas experiências maravilhosas apenas lhe esperando para virarem pedacinhos de felicidade na sua vida. Arrisque ousar e permitir-se as surpresas. a diferença entre sobreviver e viver plenamente esta basicamente na coragem de enfrentar o desconhecido e dar a ele a oportunidade de nos ensinar.
Pasini.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Borboletas e Monstros Sagrados.

Monstro sagrado. Faz uns dois ou três dias que tomei conhecimento desse termo, e desde então ele vem habitando meus pensamentos e se repetindo constantemente nos momentos em que me distraio. Mas antes que se pense em alguma figura lendária ou assombração, gostaria de esclarecer a origem do termo.
 Segundo Jack Canfield, em seu livro Os Princípios do sucesso, os monstros sagrados são aquelas pessoas, cada vez mais raras, que por onde passam deixam uma trilha de admiração e inspiração, que carregam nos olhos uma ternura que muito combina com a serenidade de espírito e com a sabedoria das palavras, que costumam ser poucas, mas sempre profundas e úteis. Aquela pessoa que é difícil de, sequer imaginar, que possa ter difamado alguém ou que tenha algum julgamento pronto em um relance de olhos, como a maioria de nós costuma ter.
Monstros Sagrados são alivio pra alma e um sopro de ar puro nos dias, e nas vidas, das pessoas que cruzam seus caminhos. E ainda assim são só seres humanos, mas com personalidades que nos inspiram a ser melhores e nos fazem querer o titulo também. Certamente você já deve ter conhecido algum, se não pessoalmente, em livros ou ate mesmo na bíblia- lá têm vários.
Mas depois de alguns instantes ou dias de contemplação começam a surgir as auto-perguntas. O que eu preciso pra ser um deles? Será que falta muito pra eu inspirar os outros?
Deparamos-nos com um espelho qualquer e a verdade nos esbofeteia as faces. Sim, falta muito! Não contentes com o reflexo, olhamos nossos dias passados. Quantos erros, quantas magoas espalhadas, quanto egoísmo alimentado. Que ousadia pensarmos em ser um deles, quando sequer nos sentimos dignos de sua presença.
Mas é ai onde as semelhanças entre essas criaturas se fundem com as borboletas. Estas nascem de ovos abandonados, ninguém sequer os choca. Quando saem, por mais que se esforcem comendo tanto quanto podem, o máximo que alcançarão é tronar-se grandes lagartas feiosas e peludas, e quando não, venenosas. Como muitos de nós, que no máximo dos nossos esforços egoístas, só conseguimos nos tornar mais repulsivos e venenosos, ou tão abandonados de nós mesmo que não nos distinguimos das cascas das arvores.
Enquanto a lagarta continuar sobre as folhas tentando acumular tudo para si, nenhuma mudança pode acontecer. É necessário que ela pare o que esta fazendo, pendure-se de ponta cabeça, teça um casulo e ali aguarde ate estar madura. Algumas demoram mais, outras menos, mas todas precisam aquietar-se e amadurecer vendo o mundo ao contrario.
Pra alguém se tronar um Monstro Sagrado precisa seguir exatamente o mesmo processo. É necessário estar disposto a mudar as atitudes, aberto a um novo ponto de vista, mesmo que seja ele de inverso ao usual. Diga-se de passagem, o usual da nossa sociedade atual é totalmente incapaz de criar sequer meio monstro beato.
É necessário aquietar-se, tecer um casulo de conhecimentos profundos, de filosofias construtivas e positivas, de pensamentos realmente pensados questionados e averiguados, e não idéias prontas. E depois de algum tempo desenvolvendo-se e amadurecendo dentro desse casulo é que se estará maduro e pronto para alçar vôo, exibindo suas brilhantes cores a luz do sol de uma vida totalmente diferente.
Que falta nos faz mais borboletas brilhantes e mais Monstros Sagrados. Mais pessoas dispostas a agir em prol do que é de fato bom e satisfatório na vida, mais pessoas dispostas a aprender e a ensinar com o coração e a alma, dispostas a ajudar e fazer a diferença em dias onde a indiferença é moda e o desapego é charme.
E que lindo seria se essa metamorfose virasse epidemia, que a honestidade se alastrasse, e a vontade de ser melhor florescesse em todos os seres. Mas o lindo mesmo já existe. Linda  é a oportunidade de nós mesmos tornarmos a atitude e a decisão de sermos nós os próximos Monstros Sagrados, independente de acharmos que somos lagartas feiosas. Tudo depende da decisão, da atitude e, de quanto amor estamos dispostos a espalhar, pelo simples fato de Deus ter nos amado primeiro.


Pasini.